Encostas a face à melancolia e nem sequer
ouves o rouxinol. Ou é a cotovia?
Suportas mal o ar, dividido
entre a felicidade que deves
À terra da tua mãe e ao quase branco
azul onde a ave se perde.
A música, chamemos-lhe assim,
foi sempre a tua ferida, mas também
foi sobre as dunas e a exaltação.
Não ouças o rouxinol. Ou a cotovia.
È dentro de ti
que toda a música é ave.
Eugénio de Andrade
terça-feira, maio 05, 2009
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