segunda-feira, março 08, 2010

METANO ESTÁ A ESCAPAR-SE DO FUNDO DO OCEANO ÁRCTICO


05 Março 2010, Diário de Notícias/Ciência
Esta situação ainda não tinha sido detectada e os cientistas alertam que ela pode agravar o problema das alterações climáticas.

No fundo marinho do oceano Árctico, ao largo da Sibéria, há vastos depósitos de metano e uma equipa de investigadores descobriu que esse gás com efeito de estufa está a libertar-se dali em quantidades mais elevadas do que se pensava. O impacto nas alterações climáticas pode ser significativo, alertam os cientistas num artigo publicado hoje na revista Science.
Esta descoberta põe em evidência uma fonte de metano importante que tinha sido negligenciada até agora e que provém do permafrost [o solo permanentemente gelado] localizado debaixo de água, e não tanto do permafrost à superfície", escrevem os autores do estudo, sublinhando que "estas emissões podem ter no futuro um efeito dramático no clima".
A equipa internacional, coordenada por Natalia Chakhova e Igor Semiletov, da universidade de Fairbanks, no Alasca, estudou entre 2003 e 2008 as águas ao largo da Sibéria Oriental, no Árctico.
Estudos anteriores tinham-se concentrado sobretudo na avaliação do metano que se escapa do permafrost no continente, já que se pensava que o do fundo marinho constituiria uma barreira intransponível para aquele gás.
Como a equipa de Chakhova e Semiletov verificou, este permafrost do fundo marinho deixa escapar grandes quantidades de metano. Mais de 80% das águas em profundidade e mais de metade das águas superficiais estudadas pelos investigadores apresentam níveis de metano oito vezes superiores ao normal. "O permafrost sob o leito marinho contém grandes quantidades de metano, e isso é uma preocupação relativamente ao clima", concluem os investigadores.

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