Conheci a Beleza que não morre
E fiquei triste. Como quem da serra
Mais alta que haja, olhando aos pés a terra
E o mar, vê tudo, a maior nau ou torre,
Minguar, fundir-se, sob a luz que jorre;
Assim eu vi o mundo e o que ele encerra
Perder a cor, bem como a nuvem que erra
Ao pôr do sol e sobre o mar discorre.
Pedindo à forma, em vão, a idéia pura,
Tropeço, em sombras, na matéria dura,
E encontro a imperfeição de quanto existe.
Recebi o batismo dos poetas,
E assentado entre as formas incompletas,
Para sempre fiquei pálido e triste.
Antero de Quental
terça-feira, junho 29, 2010
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"Conheci a Beleza que não morre
ResponderEliminarE fiquei triste. Como quem da serra
Mais alta que haja, olhando aos pés a terra
E o mar, vê tudo, a maior nau ou torre,"
Este verso tem um significado ímpar em minha vida, amo esse poema por completo, mas esta estrofe tem história...
"Minguar, fundir-se, sob a luz que jorre;
ResponderEliminarAssim eu vi o mundo e o que ele encerra
Perder a cor, bem como a nuvem que erra
Ao pôr do sol e sobre o mar discorre. "
Pôr do sol ... o mar...---momento que nos permite ver melhor o que o mundo encerra!
...
ResponderEliminar"O mar com finas ondas de escumilha..
E enquanto eu na varanda de marfim
Me encosto, absorto num cismar sem fim,
Tu, meu amor, divagas ao luar,"
...