...Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba... São as feições como as vidas, que não há mais certo sinal de haverem de durar pouco, que terem durado muito. São como as linhas, que partem do centro para a circunferência, que quanto mais continuadas, tanto menos unidas. Por isso os antigos sabiamente pintaram o amor menino; porque não há amor tão robusto que chegue a ser velho. De todos os instrumentos com que o armou a natureza o desarma o tempo. Afrouxa-lhe o arco, com que já não atira; embota-lhe as setas, com que já não fere; abre-lhe os olhos com que vê o que não via; e faz-lhe crescer as asas, com que voa e foge. A razão natural de toda esta diferença é porque o tempo tira novidade às coisas, descobre-lhe os defeitos, enfastia-lhe o gosto, e bastam que sejam usadas para não serem as mesmas. Gasta-se o ferro com o uso, quanto mais o amor?! O mesmo amar é causa de não amar e o ter amado muito, de amar menos...
Pader António Vieira
sexta-feira, abril 22, 2011
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SOLIDÃO
ResponderEliminarCHEGOU A PRIMAVERA
DEVERAS TARDE
EM MIM.
PUDERA!
A FERA DA ILUSÃO
JÁ NÃO ARDE TANTO ASSIM
CHEGOU TÃO TARDE...
DO PEITO,JANELA ABERTA
A PAIXÃO,ANDORINHA DESPERTA,
VOOU PARA O INFINITO
CHEGOU TÃO TARDE A PRIMAVERA,
QUE A LÁGRIMA CAÍDA
À SOMBRA DA QUIMERA
SECOU A DESPEDIDA.
A VIDA DESVALIDA
DISSE NÃO
À DOCE MANSIDÃO
DO OLHAR DA PRIMAVERA.
E ERA TARDE
NO LEITO,A IMENSIDÃO,
NO PEITO SEM ALARDE
APENAS A SAUDADE
CHORAVA EM SOLIDÃO...
SOLANGE AMORIM
.Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba...
ResponderEliminarComo era sábio o Padre António.