sexta-feira, junho 26, 2009

GRAMÁTICA DE COENTRO E CAL

Gramática de coentro e cal
geometria do branco e do verão
solidão como sinal
quase cigarra quase pão
em seu falar como um cantar de amigo.

Aqui acaba o último e o primeiro
e o um procura o outro seu igual
para dizer um nome entre azinheira e trigo.

Este é o chão mais puro e verdadeiro.

E as sombras sentam-se comigo
à sombra de um sobreiro.

Manuel Alegre
« Alentejo e Ninguém»

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