quinta-feira, dezembro 03, 2009

A REVISTA CIENTÍFICA «NATURE» PRONUNCIA-SE SOBRE ALEGADO ESCÂNDALO

A publicação de reconhecido prestígio internacional analisa a controvérsia sobre a divulgação de emails de cientistas de renome que alegadamente indicavam a fabricação de dados para provar que o Aquecimento Global é real e tem origem antropogénica.
O escândalo denominado "Climategate", que envolve a alegada fabricação de dados para evidenciar a subida das temperaturas como resultado das actividades antropogénicas, está na ordem do dia, e tem sido alvo de múltiplos comentários.
Ontem foi a vez da revista "Nature", uma publicação de reconhecido prestígio na área científica. No editorial do volume mais recente é afirmado que os emails “roubados” não revelam nenhuma conspiração científica” apesar da afirmação em contrário de quem se nega a aceitar as provas científicas da subida da temperatura.
Os autores apontam que as evidências do Aquecimento Global são múltiplas, muitas delas resultado de avaliações independentes das reconstruções climáticas cuja validade é agora questionada. Entre essas evidências conta-se o retrocesso dos glaciares, a diminuição da espessura do gelo do mar Árctico e da camada de permafrost na Antárctica, bem como a subida do nível do mar e a antecipação das datas de floração que se vindo a acentuar.
Por outro lado, a troca de emails em que é abordada a não-publicação de alguns estudos contrários à evidência da subida da temperatura não deve ser considerada mais importante que a própria realidade de que os ditos estudos foram efectivamente publicados.
Pelo Contrário, esta troca de emails revela a grande pressão a que estão sujeitos os cientistas que se dedicam ao estudo dos impactos das alterações climáticas, a quem é exigida a disponibilização dos dados em que baseiam as suas conclusões. É necessária a publicação dos dados em arquivos disponíveis na internet, como já é feito pelo IPCC e pelo National Climatic Data Center, dos Estados Unidos.
No entanto, em muitos casos, os cientistas não estão legalmente autorizados a ceder os dados como é o caso dos dados meteorológicos em países como a Alemanha, França e Reino Unido onde apenas são disponibilizados a investigadores que o solicitem especificamente e após uma longa espera. Esta situação tem de mudar e os dados meteorológicos têm de se tornar acessíveis.
Assim, a Nature não vê a necessidade de levar a cabo qualquer investigação relativa aos artigos científicos que publicou e que relacionam com o tema da controvérsia, como foi solicitado, por não considerar que haja motivos de preocupação.
Os autores desvalorizam então a controvérsia não fosse a possibilidade de que esta tenha efeitos graves, contribuindo para reforçar a oposição de certos senadores à aprovação à legislação sobre o clima há muito esperada nos Estados Unidos.
Fonte: http://www.nature.com/ citada em Naturlink http://naturlink.sapo.pt/article.aspx?menuid=20&cid=12334&bl=1

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