(2) Entusiasmo Estético, a percepção da beleza no mundo exterior ou, por outro lado, nas palavras e no seu arranjo correto. O prazer do impacto de um som no outro, na firmeza da boa prosa e do ritmo de uma boa história. O desejo de compartir uma experiência que se sente que é valiosa e não deveria ser perdida. O motivo estético é muito fraco em uma porção de escritores, mas mesmo um escritor de panfletos ou um escritor de livros escolares tem palavras e frases preferidas que lhe apelam por razões não utilitárias; ou talvez tenha sentimentos fortes sobre tipografia, largura das margens, etc. Além do nível de um guia de horário de trens, nenhum livro está livre de considerações estéticas. (3) Impulso Histórico, o desejo de ver as coisas como elas são, de descobrir os fatos verdadeiros, de guardá-los para a posteridade.
(4) Propósito Político, usando a palavra "político" no sentido mais amplo possível. O desejo de levar uma palavra em uma certa direção, de alterar a idéia de outras pessoas sobre o tipo de sociedade pela qual devem aspirar. Mais uma vez, nenhum livro é genuinamente livre de preconceito político. A percepção de que a arte não deveria ter nada a ver com a política é, em si mesma, uma atitude política. Pode-se pensar como estes vários impulsos lutam uns com os outros e como variam de pessoa a pessoa, de um tempo a outro. Por natureza – considerando "natureza" o estado em que se atinge quando se torna adulto –, sou uma pessoa na qual os três primeiros motivos seriam mais fortes que o quarto. Em uma época de paz, eu talvez tivesse escrito livros ornamentais e meramente descritivos – e teria permanecido quase descuidado de minhas lealdades políticas.
George Orwell
Um propósito de analisar um passado que permanece, pois as boas letras conservam sempre,com maior ou menor intensidade, o poder de impressionar as gerações actuais como impressionar as gerações pretéritas, e a capacidade de serem fonte de excitação intelectual e sentimental mais ou menos abundante.
ResponderEliminarEscrever,para mim,é um ato de esvaziar-se...É uma necessidade básica,como comer,ou dormir.Convulsionam dentro de mim idéias,sentimentos,pensamentos,que eu não posso guardar,eu tenho de compartilhar.Eu preciso da referencia do outro,não do aplauso,mas da referencia mesmo,de saber o que o outro sente ao ler oque eu escrevo,por pior que seja esse sentimento.Eu preciso disso para me sentir vivendo,e não levitando sobre o mundo...Através dos meus semelhantes,eu sinto que existo.E o que eu escrevo é a ponte entre mim e os meus semelhantes.Mas é também o melhor de mim,a minha verdade,com a qual eu enlaço os que,neste mundo frenético,ainda tem tempo para um abraço...
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