sexta-feira, janeiro 08, 2010

ORGANIZAÇÃO SEA SHEPHERD VAI PROCESSAR NAVIO JAPONÊS

08.01.2010AFP, PÚBLICO
O "Ady Gil", o barco dos activistas da Sea Shepherd que ficou danificado num choque com um navio japonês nas águas da Antárctida, na quarta-feira, acabou por naufragar hoje. A associação anunciou que vai processar a tripulação japonesa.
Registado na Nova Zelândia, o "Ady Gil" – um trimarã de aspecto futurista em fibra de carbono, de 18 toneladas, que podia atingir 93 Km/hora – estava a ser utilizado pela Sea Shepherd para tentar impedir a caça à baleia pela frota japonesa num santuário da Antárctida.O trimarã ficou gravemente danificado depois de uma colisão com o "Shonan Maru 2", um navio de mil toneladas destacado para garantir a segurança dos baleeiros japoneses.Um outro barco dos activistas, o "Bob Barker", tentava rebocar o "Ady Gil" para um porto quando o cabo entre os dois se partiu. "Já tinha entrado muita água no 'Ady Gil', o que o tornou demasiado pesado para o cabo. Infelizmente, repousa no fundo do mar", disse Peter Hammarstedt, capitão do "Bob Barker". O "Bob Barker" segue agora pelas águas da Antárctida para se juntar ao terceiro navio da Sea Shepherd, o "Steve Irwin", e juntos procurarem baleeiros japoneses.Segundo noticia o jornal "Dutch News" online, a organização vai processar a tripulação do "Shonan Maru 2" por pirataria nos tribunais holandeses, revelou hoje a advogada Liesbeth Zegveld. Esta considera que a decisão de procurar a justiça holandesa se justifica porque um dos seis tripulantes do "Ady Gil" é holandês e porque o principal navio da organização, o "Steve Irwin", está registado na Holanda. "Existem provas suficientes", disse Zegveld. "A colisão foi registada em vídeo".Troca de acusaçõesAs duas partes têm trocado acusações desde o incidente de quarta-feira. O capitão do "Ady Gil", Pete Bethune, afirmou que o navio japonês provocou a colisão. "Fizeram de nós um alvo", declarou.Já o porta-voz do Instituto japonês de investigação sobre cetáceos, Glenn Inwood, afirmou que o vídeo registado mostra a responsabilidade dos ecologistas.As repercussões do caso afectaram a relação entre o Japão e a Austrália. A vice-primeira-ministra australiana, Julia Gillard, anunciou que a embaixada da Austrália em Tóquio apresentou às autoridades japonesas "as mais vivas inquietudes" de Camberra depois dos incidentes de quarta-feira.Ontem, a Nova Zelândia anunciou a abertura de um inquérito ao naufrágio do barco ecologista, ao qual se deverá juntar a Austrália.O Japão desafia a moratória internacional de caça comercial à baleia, em vigor desde 1986, a pretexto de fazer investigação científica. Para a época de caça de 2009/2010, o Japão quer caçar 850 baleias-anãs e 50 baleias-comuns.

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