Um estudo realizado ao largo da costa de Israel concluiu que os golfinhos da região tendem a procurar alimento à volta dos barcos de pesca de arrasto devido à baixa disponibilidade de presas, um comportamento que põe em risco a sua vida.
Os golfinhos do Mediterrâneo, Tursiops truncatus, alimentam-se ao largo de Israel de peixes que habitam a grandes profundidades próximo do fundo marinho, uma área que é intensamente explorada pelo tipo de pesca comercial mais frequente na região – a pesca de arrasto.
Para determinar se há competição entre os golfinhos e os barcos de pesca e qual o impacto da actividade pesqueira nas populações deste cetáceo, investigadores da Universidade de Haifa levaram a cabo um estudo científico.
Os cientistas recolheram dois tipos de dados distintos. Por um lado, foram analisados os conteúdos estomacais de 26 golfinhos que deram à costa mortos ou que foram alvo de capturas acidentais por barcos de pesca. Adicionalmente os investigadores avaliaram o comportamento de animais vivos através de 232 expedições de barco.
Os resultados da análise do alimento ingerido por golfinhos revelou que a sua dieta se baseia em espécies não-comerciais, sugerindo então que não há competição com as embarcações de pesca. No entanto, o estudo comportamental revela que estes cetáceos se concentram à volta das embarcações de pesca de arrasto, que funcionam como “estações de alimentação”, onde adquirem os peixes não-comerciais que ocorrem na proximidade das redes.
A probabilidade de encontrar um animal perto de uma embarcação de pesca é 10 vezes mais elevada do que em mar-aberto sendo que as fêmeas com crias, que têm maiores necessidades energéticas, também exibem a mesma tendência.
Os animais têm este comportamento de associação aos barcos apesar do perigo inerente – todos os anos 8 golfinhos dão à costa mortos, 4 dos quais são vítimas de captura acidental. Os investigadores sugerem então que é a baixa disponibilidade de alimento que está na origem deste padrão comportamental.
Dados adicionais sugerem que os animais da região passam mais tempo à procura de alimento do que os seus conspecíficos noutras zonas da sua área de distribuição, dedicando menos tempo ao contacto social, o que corrobora a teoria de que os recursos alimentares são escassos, obrigando os animais a despender mais tempo à sua procura.
Fonte: http://www.sciencedaily.com/
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