Só, incessante, um som de flauta chora,
Viuva, gracil, na escuridão tranquilla,
—Perdida voz que de entre as maís se exila,
—Festões de som dissimulando a hora.
Na orgia, ao longe, que em clarões scintilla
E os labios, branca, do carmim desflora...
Só, incessante, um som de flauta chora,
Viuva, gracil, na escuridão tranquilla.
E a orchestra? E os beijos? Tudo a noite, fora,
Cauta, detem. Só modulada trila
A flauta flebil... Quem ha-de remil-a?
Quem sabe a dôr que sem razão deplora?
Só, incessante, um som de flauta chora...
Camilo Pessanha
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Violoncelo
ResponderEliminarChorai arcadas
Do violoncelo!
Convulsionadas,
Pontes aladas
De pesadelo...
De que esvoaçam,
Brancos, os arcos...
Por baixo passam,
Se despedaçam,
No rio, os barcos.
Fundas, soluçam
Caudais de choro...
Que ruínas (ouçam)!
Se se debruçam,
Que sorvedouro!...
Trémulos astros...
Soidões lacustres...
– Lemos e mastros...
E os alabastros
Dos balaústres!
Urnas quebradas!
Blocos de gelo...
– Chorai arcadas,
Despedaçadas,
Do violoncelo.
http://recantodasletras.uol.com.br/audios/poesias/14081
ResponderEliminarLindo!