Somos o tempo. Somos a famosa
parábola de Heraclito o Obscuro.
Somos a água, e não o diamante duro,
a que se perde, não a que repousa.
Somos o rio e somos aquele grego
que se olha no rio. A sua visagem
muda na água da mutável imagem,
no vidro que muda como o fogo.
Somos o vão rio determinado,
rumo ao seu mar, pela sombra cercado.
tudo nos diz adeus, tudo nos deixa.
A memória não cunha moeda.
E contudo há algo que queda
e contudo há algo que se queixa.
Jorge Luís Borges ( «Os Conjurados»)
sábado, setembro 04, 2010
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Este é o amor das palavras demoradas
ResponderEliminarMoradas habitadas
Nelas mora
Em memória e demora
O nosso breve encontro com a vida.
Sophia Mello
(Espero, nunca ser a água que se perde mas ,a que perdura )