Há qualquer coisa de novo. Notícia? Convém então fazer saber que os plátanos do Jardim do Marquês exibem verde novo, verde tenro, novidade. E que o céu é de Páscoa, azul único, memória e lição de pintura. Chove e volta o azul mutável.O Sol entra e tudo brilha, púrpura espalhada na terra.
O que borda o cenário é a silhueta dos plátanos--entre a luz que muda e nunca é a mesma de há alguns segundos, as bocas do Metro e sua pressa, as pessoas sentadas nos bancos em minutos que parecem levemente tristes. A integridade resistente das árvores. A sua expansão apontando às estrelas. As suas feridas, que são muitas, seiva derramada, registo de intempéries e barbaridades, força vegetal que aprisiona o tempo e o incorpora todo na sua matéria.
Como se a esperança fosse aquele ficar, aquele durar, aquela invenção do silêncio, aquela fuga da prisão do solo pelo desejo de infinito.
Águas mil do lago celebrando tudo isto.Uns velhos jogam sueca perto do coreto e os sinos dobram, chamam, mediáticos. Páscoa Feliz!
BG
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