(excerto)
O agoiro do bufo nos penhascos
Foi o sinal da Paz.
O Silêncio baixou do Céu
Mesclou as cores todas o
negrume,
o folhado calou o seu perfume,
e a Serra adormeceu
Depois, apenas uma linha escura
E a nódoa branca de uma fonte
amiga;
a fazer-me sedento, de a ouvir,
a água, num murmúrio de
cantiga,
ajuda a Serra a dormir.
O murmúrio é a alma de um
Poeta que se finou
E anda agora à procura, pela
Serra
Da verdade dos sonhos que na
Terra
nunca alcançou.
E outros murmúrios de água
escuto, mais além:
os Poetas embalam sua Mãe,
que um dia os embalou.
(… …)
A minha alma sente-se beijada
pela poalha da hora do Sol-pôr;
sente-se a vida das seivas e a
alegria
que faz cantar as aves na
quebrada;
e a solidão augusta que me fala
pela mata cerrada,
aonde o ar no peito se me cala,
desceu da Serra e concentrou-se
em mim.
(… …)
SEBASTIÃO DA GAMA, nasceu em 1924 , em Vila Nogueira de Azeitão e faleceu antes de completar 28 anos, em Fevereiro de 1952.
A Serra da Arrábida assumiu papel muito importante na sua vida e na sua obra poética. Como disse um crítico (António Cândido Franco) «no seu caso pessoal natureza e poesia se confundiam».
O seus apelo para a defesa da Serra da Arrábida— já então alvo de agressões preocupantes— teve eco em muitos sectores da vida portuguesa e influenciou decisivamente os primeiros pronunciamentos do ambientalismo português e nomeadamente a fundação da Liga para a Protecção da Natureza.
BG
( homenagem do Peregrino ao Poeta)
Simplesmente Belo!
ResponderEliminar(... ...)
A minha alma sente-se beijada
pela poallha do Sol pôr;
sente-se a vida das seivas e a alegria
q
ue faz cantar as aves na
quebrada;
e a solidão augusta que me fala
pela mata cerrada,
aonde o ar no peito se me cala,
desceu da Serra e concentrou-se
em mim.
(... ...)
BG
(homenagem do Peregrino ao Poeta)
Publicada por Bernadino Guimarães...
Partilhado por uma Querida amiga, Luzia Freitas.
Obrigada.:))