sábado, dezembro 19, 2009

COPENHAGA--REACÇÕES AO FRACASSO

19.12.2009Susana Almeida Ribeiro, no « Público»
Perante um acordo político minimalista na Cimeira de Copenhaga, o PÚBLICO ouviu alguns especialistas e organizações ambientalistas, pedindo-lhes reacções a este fraco compromisso não vinculativo, que apesar de falar do limite máximo de 2ºC para o aumento da temperatura média da Terra no futuro, não estipula sequer quais as metas de redução de emissões globais.
Viriato Soromenho Marques, conselheiro de Durão Barroso para a Energia e Alterações Climáticas e ex-presidente da associação ambientalista QuercusO objectivo de Copenhaga era encontrar um pós-Quioto. No fundo um documento que seria um tratado vinculativo para toda a gente, que pudesse acolher países que não estavam em Quioto, como os Estados Unidos e que no fundo permitisse que a elaboração de um documento único. Mas nada disso aconteceu.O acordo não é vinculativo. É vazio. As metas de redução são voluntárias. A única coisa positiva que saiu daqui foi aquele pacote financeiro que só foi possível porque um país deu um exemplo de que ninguém estava à espera, que foi o Japão, que abriu a bolsa de uma forma generosa aos países menos desenvolvidos nesta fase de transição até ao final de Quoito. Mas, para além disto, nada de substancial saiu.
”Partido Os Verdes

“‘Os Verdes’ consideram que a conferência de Copenhaga resultou num rotundo fracasso. Nem se chegou a um acordo vinculativo mas nem tão pouco se traçaram metas de redução de emissões de gases com efeito de estufa, nem se definiu um prazo para que um futuro acordo venha a estar definitivamente estabelecido. O PEV relembra que o período de cumprimento de Quioto está a chegar ao fim [termina em 2012] e, depois disso, há um vazio absoluto na definição de metas de redução de emissões de gases com efeito de estufa. ‘Os Verdes’ atribuem a responsabilidade deste fracasso aos chefes de Estado e de Governo, com particular responsabilidade para os EUA, que arrastaram as negociações até ao último minuto e que, definitivamente, demonstraram que desde a cimeira de Bali (em 2007) até à conferência de Copenhaga, não mais pensaram nem agiram para o sucesso das negociações. De resto, Obama, havia afirmado, antes da conferência de Copenhaga, que julgava ser muito difícil chegar a um acordo vinculativo. Como se prova, é caso para dizer, em jeito de uma ironia de revolta, que a conferência de Copenhaga, quase mais não serviu do que para elevar, neste período, a emissão de gases com efeito de estufa com as inúmeras e numerosas delegações que lá se deslocaram... para nada!Tudo fica agora adiado para 2010. Esperemos que os Chefes de Estado e de Governo entendam que até lá têm um trabalho contínuo a fazer, de modo a que em 2010 não assistamos a um novo fracasso... porque o Planeta precisa de soluções e estamos na eminência de uma crise climática que urge ser resolvida.

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