terça-feira, janeiro 26, 2010

PAÍSES AFRICANOS PEDEM À UNIÃO EUROPEIA PARA SALVAR OS ELEFANTES

26.01.2010 AFP ( no Público)
Os representantes de 17 países africanos pediram ontem, em Bruxelas, à União Europeia (UE) para se opor a novas vendas de marfim, a fim de salvar as populações de elefantes, dizimadas pela caça ilegal.
“Pedimos à União Europeia para declarar abertamente o seu apoio à moratória de nove anos, adoptada em 2007 no seio da Convenção sobre comércio de espécies ameaçadas de extinção (CITES)”, anunciou em conferência de imprensa no Parlamento Europeu o ministro queniano da Floresta e da Fauna, Noah Wekesa, cujo país preside com o Mali a Coligação para o Elefante de África.A Tanzânia e a Zâmbia pediram para serem autorizadas as vendas de 90 e 22 toneladas de marfim, respectivamente, durante a próxima conferência da CITES, prevista para 13 a 25 de Março, em Doha.“A União Europeia tem uma grande importância no seio da CITES. Se ela se abstiver durante esta votação, vai contribuir para acentuar uma situação já de si crítica”, advertiu Wekesa.“Os últimos elefantes da Serra Leoa têm vindo a ser abatidos por caçadores furtivos ao longo do mês passado”, salientou.De momento, a União Europeia ainda não anunciou qual é a sua posição. “O Reino Unido, a França, Espanha e Holanda não sabem ainda o que farão, mas estão inclinados a apoiar o pedido da Tanzânia”, salientou o eurodeputado liberal holandês Gerben-Jan Gerbrandy.“Se os 27 Estados membros da União Europeia estiverem em desacordo, vão abster-se, o que equivale a luz verde para os caçadores furtivos”, alertou Wekesa.Ontem, um negociador europeu garantiu que “a União Europeia está a trabalhar para encontrar um consenso na CITES a fim de garantir a defesa dos elefantes africanos”.A delegação dos países africanos estará quatro dias em Bruxelas e prevê multiplicar as reuniões com os representantes dos 27 para “convencer a UE a adoptar o espírito da moratória encontrada no seio da CITES”.A moratória prevê luz verde para o Zimbabwe, África do Sul, Namíbia e Botswana escoarem, excepcionalmente, 108 toneladas de marfim para os mercados chinês e japonês. Os defensores dos elefantes consideram que esta venda legal aumenta a procura de marfim e pode alimentar o mercado negro.Actualmente vivem em África entre 400 mil e 600 mil elefantes. Mais de metade vive na África Austral. Milhares são abatidos por caçadores furtivos nos países da África ocidental, central e oriental.“No Quénia perdemos 232 elefantes em 2009, mortos por caçadores ilegais ou pela seca”, disse Wekesa. Em 2008 esse número foi mais baixo, 145 e em 2007 apenas 47.A coligação para o Elefante de África conta com 22 membros: Benim, Burkina Faso, República Centro-Africana, Chade, Guiné Equatorial, Eritreia, Etiópia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Quénia, Libéria, Mali, Mauritânia, Níger, Nigéria, Ruanda, Senegal, Serra Leoa, Togo, República do Congo e o Sul do Sudão.

Sem comentários:

Enviar um comentário