sábado, fevereiro 06, 2010

CORTE DE ÁRVORES GEROU CONFUSÃO EM RIO TINTO

CARLA SOARES, JN 5/2/010
A confusão instalou-se, ontem, no centro de Rio Tinto, em Gondomar, junto ao largo do antigo mercado, quando um cidadão tentou impedir o corte de uma árvore no terreno de um futuro loteamento, mesmo ao lado das obras para a nova linha de metro.
O conflito acabou com o autor do protesto a acusar, numa queixa à PSP, os responsáveis pela obra que ali se encontravam de o ter agredido. Estes, por sua vez, acusaram-no de ter atirado pedras.
Paulo Moura, arboricultor que, em tempos, havia contestado o abate de árvores na Avenida da Conduta, disse, ao JN, que, ao início da tarde de ontem, se dirigiu até aos trabalhadores que estavam naquele terreno privado, que fica no desvio da Rua da Ranha pela Rua Amália Rodrigues, em direcção ao centro comercial Parque Nascente.
O jovem admitiu que, uma vez que "o espaço não tinha vedação", entrou indignado no terreno para questionar se iam abater o antigo carvalho que restava no local, após derrubarem "parte dos ramos e sobreiros". A intervenção cívica "é uma profissão de alto risco", disse, enquanto mostrava os cotovelos e os joelhos em ferida e a roupa cheia de lama.
Paulo Moura admite que atirou "pedras para a máquina" que estava a proceder aos trabalhos, mas diz que apenas o fez quando se sentiu ameaçado. "Se não saísse dali, iam passar por cima de mim", alega. Conta que, depois, foi "agredido violentamente por três elementos", tendo chamado o INEM, que o tratou no local.
No terreno, onde esteve a PSP, fonte da empresa dava outra explicação, garantindo que tudo começou com Paulo Moura a atirar pedras para a máquina que estava a ser conduzida por um trabalhador naquela obra. E que terá danificado o veículo.
Manuel Correia, morador em Rio Tinto, contou, por sua vez, que seguia com o filho no seu carro quando viu Paulo Moura "deitado no chão, a ser agredido". Saiu para ajudar, mas conta que não conseguiu acalmar os ânimos.
Ontem, o arboricultor queixou--se à PSP. Hoje de manhã, disse ao JN, iria formalizar queixa no Ministério Público.
Contactados pelo JN, Câmara de Gondomar e Junta de Rio Tinto não reagiram ao sucedido, por se tratar de uma entidade privada.
Foto de : Raízes.e.Asas

3 comentários:

  1. Em Portugal, defender as árvores é sempre um acto de coragem!

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  2. E viva Portugal... só era bom 2012 fosse como os Maias diziam... e exterminar o ser humano, já não há solução.

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  3. É com muita tristeza e raiva que leio estas notícias... o abate indiscriminado de árvores centenárias, autóctones, cada vez mais raras, sobreiros, carvalhos, pinheiros mansos é uma prática comum… o que poderemos fazer??? Quando os eleitos locais mandam abater uma arvore centenário e autóctones, porque: - é feia – dizem eles, par de seguida mandarem plantar uma palmeira exótica que nada tem haver com o nosso património natural????

    Parabéns Paulo pelo prova de civismo e de amor pelas arvores…

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