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terça-feira, dezembro 29, 2009

QUERCUS ALERTA PARA A DEGRADAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA DOS RIOS PORTUGUESES

29.12.2009, Renato Duarte, no «Público»
A associação ambientalista Quercus alertou ontem para o agravamento da qualidade das águas dos rios portugueses. "É urgente acabar com as fontes de poluição que persistem ao longo de décadas", refere a Quercus em comunicado divulgado ontem, onde exige às autarquias e ao Governo uma intervenção de fundo.
Em Portugal, 38 por cento dos recursos hídricos monitorizados em 2008 pelo Sistema Nacional de Informação do Instituto da Água (Inag) encontram-se "extremamente poluídos e inadequados para a maioria dos usos", o que corresponde, de acordo com a classificação oficial, a uma "muito má" qualidade da água.
De acordo com os dados do Inag, desde 2005 que a má qualidade da água está sempre muito próxima dos 40 por cento, apesar de em anos anteriores esta percentagem não ter ultrapassado os 30 por cento. Por outro lado, enquanto em 2007 2,1 por cento dos locais monitorizados apresentavam a classificação de "Excelente", em 2008 nenhum local tinha "qualidade equivalente às condições naturais, aptas a satisfazer potencialmente asutilizações mais exigentes em termos de qualidade".

Entre os 12 locais do país com água classificada de "muito má" encontram-se a Ponte da Ribeira, no rio Alviela, o Porto da Carvoeira, no rio Lizandro, ou Monte Real e Ponte Arrabalde, ambas no rio Lis.O presidente da Câmara de Leiria, Raul Castro, já reagiu a estes dados, dizendo que, apesar de não estar surpreendido com a má qualidade das águas na região, fará "tudo para resolver" a situação e está já a trabalhar para "arranjar uma solução", referindo-se particularmente à ponte do Arrabalde, que suscita maiores preocupações por se encontrar dentro da cidade.Dado que o Inag não apresentou ainda dados relativos a 2009, a Quercus foi realizando ao longo do ano um conjunto de análises pontuais em alguns rios portugueses. E concluiu, através da comparação com os números de 2008, que a classificação "Má" aumentou dez por cento e a "Boa" ou "Excelente" passou de 25 para 40 por cento este ano.

Hélder Spínola, membro da direcção nacional da Quercus, lamenta que "esta situação de degradação da qualidade da água nos rios portugueses já se arraste há tempo de mais". "A responsabilidade dos casos graves de poluição nos rios portugueses é, por um lado, dos governos e autarquias, que não investem nem apoiam soluções para o tratamento de águas; e, por outro, de vários sectores que insistem em não incorporar as suas responsabilidades ambientais na sua actividade económica", diz o dirigente da associação ambientalista.

sexta-feira, junho 19, 2009

QUALIDADE DA ÁGUA

--- No momento em que o Relatório do Ambiente do INE dá conta de que 30% dos portugueses não têm os seus esgotos tratados, o que nos remete para uma situação bem pouco europeia;

--- Falemos de águas para consumo humano. De acordo com o relatório do IRAR referente a 2006, não apenas a situação não é boa, como é desigual— a falta de qualidade da água captada verifica-se sobretudo nos concelhos do interior. Mas, mais grave, a situação piorou em diversos dos parâmetros analisados, nos últimos anos, apesar dos investimentos efectuados;

---O «Relatório sobre a Qualidade da água para Consumo humano 2006» diz que se verifica um aumento do consumo de águas superficiais e uma diminuição de águas de proveniência subterrânea;

-- 44 Concelhos do continente e 9 dos Açores apresentaram percentagens de incumprimento dos valores paramétricos superior a 5%. Todos são do interior do país;

-- A maior utilização de fontes superficiais é uma das causas da diminuição da qualidade, tendo em conta o mau estado dos rios e a sua utilização para exploração hidroeléctrica e contaminação por dejectos industriais e urbanos (relação com o problema do saneamento);

As inspecções têm aumentado, ainda longe da meta de inspeccionar todas as entidades gestoras— 55%;

-- Os incumprimentos dos valores paramétricos continuam a verificar-se essencialmente nos parâmetros bactérias coliformes, Escherichia coli, entererococos, pH, ferro, manganês, alumínio e arsénio. Todos estes factores aumentaram em relação a 2004.

-- Também os parâmetros chumbo e níquel viram a sua percentagem aumentar, em parte por resultado da publicação de uma directiva da IRAR às entidades gestoras em baixa, impondo que o primeiro litro de água usado para análise seja recolhido sem escoamento prévio, à semelhança do que acontece nos países da União Europeia.


-- «O incumprimento dos valores de arsénio, alumínio e chumbo é preocupante. Em concentrações elevadas (acima de 10 microgramas por litro de água potável, segundo a Organização Mundial de Saúde) o arsénio, por exemplo, pode provocar vários tipos de cancro, como o de pele, pâncreas e pulmão, além de impactes no sistema nervoso, malformação neurológica e abortos.» (IRAR)

--- As entidades de gestão em alta que apresentaram desempenhos menos satisfatórios quanto a falta de análises, com falhas na medição, por exemplo, dos parâmetros pesticidas e nitratos, alumínio, etc, foram as Águas de Santo André e as Águas de Trás-os-Montes e Alto Douro.

Das 21 entidades gestoras em alta no país, intermunicipais e multimunicipais, as que apresentaram piores resultados quanto a qualidade, no respeitante nomeadamente aos parâmetros ferro, manganês, pH, alumínio e bactérias coliformes, foram: Associação de Municípios de Enxoé, Águas do Zêzere e Côa, Águas do Minho e Lima, Águas de Trás-os-Montes e Alto Douro, Águas do Norte alentejano, Águas do Centro e Águas do Ave.

-- O panorama parece ser bastante mau, em agravamento e salientando a incapacidade das entidades gestoras de boa parte da faixa interior do país na realização da análise e da monitorização adequada e legal, e mais ainda no cumprimento das normas de qualidade da água oferecida ás populações.

--O país da água também a duas velocidades?

Bernardino Guimarães

Fonte: Relatório da Qualidade da Água para Consumo Humano 2006, IRAR
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