terça-feira, agosto 18, 2009

CRAVOS AZUIS...TRANSGÉNICOS

18.08.2009Lusa

A petição europeia contra a autorização do cultivo de cravos transgénicos tem o apoio das associações anti-transgénicos portuguesas, que querem os cravos "naturais", disse um dos signatários.
"Com a autorização do cultivo de cravos geneticamente modificados na Europa, acaba o mito de que os transgénicos existem apenas para aumentar a produção de produtos agrícolas e acabar com a fome no mundo", realça Margarida Silva, coordenadora da Plataforma Transgénicos Fora. Até ao final do mês de Agosto, uma petição on-line quer sensibilizar o Ministério do Ambiente da Holanda a recuar na decisão de autorizar o cultivo de cravos transgénicos e a European Food Safety Authority (EFSA) a não o autorizar. "Se nada for feito, dentro de poucas semanas, começam a ser cultivados cravos azuis na Holanda. Depois da Holanda, rapidamente serão cultivados em toda a Europa", frisa a bióloga Margarida Silva. O cravo Moonaqua (TM) já é cultivado no Equador e exportado para todo o mundo. Se a EFSA o autorizar, o cravo será o primeiro produto não alimentar transgénico a ser produzido na Europa. "Para testar sobre a segurança destas flores, foram utilizadas células embrionárias de ratos e humanos e, tudo isto, por uma mudança de cor. Existe uma grande variedade de cravos com belas cores em todo o globo, não precisamos de cores artificiais", refere o texto da petição. A petição, disponível em várias línguas, está a mobilizar as associações contra os organismos geneticamente modificados (OGM), e pode ser consultada em http://www.gentechvrij.nl. Em Portugal, a petição tem merecido particular atenção por parte das associações anti-transgénicos. "É claro que com o cultivo de cravos azuis geneticamente modificados, os cravos vermelhos que são a marca da revolução de Abril de 1974 vão continuar a ser cultivados e a ser o símbolo de Portugal. Mas há toda a ética e uma moral que cai por terra", salienta um dos subscritores da petição. "Até agora, só era permitido o cultivo de transgénicos enquanto variedade agrícola. Com o cultivo de cravos azuis na Holanda, é aberto um precedente que nunca mais terá fim", salienta Margarida Silva. O milho e a soja são as variedades agrícolas que mais usam as sementes geneticamente modificadas. "O lucro comercial está a sobrepor-se a tudo o resto. Uma coisa é o necessário melhoramento das sementes, outra coisa é modificar geneticamente as sementes para que elas resistam a pragas e sejam muito mais rentáveis", explica a coordenadora da Plataforma Transgénicos Fora

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